Conheça a história de alguns dos brechós mais legais da Capital catarinense. Para ver dicas de como garimpar, clique aqui.

Recoletta Brechó

Joice dos Santos Pozza e Yohanna Fernanda Machado são duas amigas que se conheceram em um curso de produção de moda e decidiram inaugurar um brechó juntas.

“Sempre fomos consumidoras de brechós e bazares de roupas usadas, quando tivemos a oportunidade de abrir um negócio tínhamos a certeza de que seria um brechó. Apaixonadas por moda, não teríamos como ter um modelo de negócio que não fosse esse, com propósito, acreditando que é possível fazer sempre mais e melhor”, contam.

As araras do Recoletta são compostas basicamente de roupas casuais, mas também há um canto reservado às peças vintage. O brechó trabalha com lançamento de coleções, e a cada  troca de estação as araras são atualizadas. Elas garimpam em instituições e bazares beneficentes e também viajam para outras cidades e estados à procura de peças diferentes. Dá para comprar online pelo Instagram e em breve, ainda um julho, será lançado um site. Já o espaço físico fica em umas das ruas mais charmosas do centro de Floripa, na Vidal Ramos, na Galeria Martinho de Haro (foto em destaque). Quando a pandemia passar, vale prestigiar os coquetéis que rolam na loja a cada mudança de estação!

Maricotice

Comandado pela Juliane Dario, a Maricotice nasceu em 2018, após um ano de estudo, viagens de pesquisa e planejamento. Antes disso, ela já atuava no varejo de moda desde 2013, com a mesma marca, e decidiu mudar para o ramo de brechós por vários motivos, como mudança comportamental no consumidor, mudança de seus próprios hábitos, estudo de mercado e viabilidade, projeções futuras, entre outros. Com uma loja no Centro de Floripa decorada com uma pegada anos 90, a Maricotice mistura o vintage com contemporâneo, e já conseguiu atrair mais de 60% do público da época de varejo. O carro-chefe da marca são as mom jeans, que costumam esgotar rapidamente. As demais peças são garimpadas em bazares beneficentes e brechós de bairro. 

“Também conto com fornecedores de outros estados que me enviam lotes. Além disso, faço em média uma viagem internacional por ano, para pesquisas e o nosso especial #garimpospelomundo”, conta Juliane. 

É também possível comprar pelo site www.maricotice.com.br, que tem atualizações de segunda a sexta-feira. Quem é de Florianópolis pode comprar online com retirada na loja ou envio por motoboy. Há ainda a opção de sacolinha – o cliente pode comprar várias peças em diferentes momentos, e quando decidir pelo envio todas as compras são enviadas juntas pelo correio, com apenas um frete. 

Dora Garimpeira 

dora garimpeira

Isadora Porto é quem está por trás do brechó Dora Garimpeira (que nome genial). Ela começou garimpando para ela mesma, em busca de roupas diferentes que não encontrava em lojas convencionais. Depois, passou a vender suas próprias roupas em sites ou redes sociais antes de ter um brechó. O foco são peças vintage e relíquias. Para encontrá-las, Isadora garimpa em instituições beneficentes, hospitais, igrejas, asilos e casas de apoio. As vendas são feitas online pelo Instagram – onde é possível encontrar peças de diversos estilos que fazem com que você se arrependa de não ter chegado mais cedo. Para quem é de Florianópolis, por conta da pandemia, não há entregas, mas é possível combinar a retirada das peças diretamente com a Isadora.

Breshó

breshó

O Breshó, simples assim, é o projeto da Josy Pasetti, historiadora por formação e garimpeira por autocriação. Ela começou com vendas pelo Instagram, em 2018, por necessidade, com 30 reais de garimpos e algumas peças do próprio armário. Na época, ela já curtia garimpar, mas não imaginava que era uma possibilidade de trabalho. 

O foco do Breshó são roupas que transitem entre estilos e décadas. Josy garimpa peças vintage, contemporâneas e atemporais em bazares beneficentes. Ela também compra desapegos de clientes interessados em enxugar o armário. A maioria das peças ela mesma usaria facilmente no cotidiano, e ela acredita que esse cuidado e pessoalidade na curadoria fazem a diferença. 

As vendas são online, pelo Instagram e pelo site. Assim como em outros brechós, as atualizações são avisadas previamente nos story para o seguidor acompanhar. Há ainda entregas por um valor simbólico para alguns bairros de Florianópolis. Depois da pandemia, também será possível visitar o escritório do Breshó, no Centro, para conhecer o acervo e fazer compras.

Dona Mira Brechó

dona mira brechó

Karine Padilha cuida de tudo: garimpa, higieniza as peças, tira as medidas, fotografa, coloca no site, divulga, cria conteúdo e por aí vai. É a realidade de muitas pessoas que trabalham com brechó – pense em tudo isso quando se questionar se uma peça vale mesmo o que estão pedindo por ela, porque provavelmente vale! No Dona Mira é possível encontrar peças vintage e clássicas, com foco na alfaiataria e nas peças oversized. Vale também ficar de olho nos blazers. As peças são garimpadas em brechós, bazares e em armários de pessoas conhecidas. 

“Em Floripa dou prioridade para garimpar em bazares institucionais. Sei que todo o dinheiro investido no garimpo é revertido para as comunidades que precisam de suporte, principalmente num momento como esse”, conta.

Há venda online pelo site, que tem parceria com o Armário Cápsula BR, o outro projeto de Karine. Em Floripa, no período da pandemia, há entrega gratuita, a combinar.

Sei Lá Brechó 

A Júlia Staedele começou vendendo as próprias roupas para ajudar a pagar as contas. Ela tem um estilo único e as pessoas a viam no rolê e falavam que estavam esperando ela se desfazer de algumas roupas. Foi quando ela percebeu que poderia transformar o gosto por garimpar em um negócio, que hoje conta com apoio da namorada Rafaela Gaudencio, responsável pelas fotos. As peças do Sei Lá são como ela – chamativas, únicas, mas também atemporais. Além do vintage, ela trabalha com customizações e upcycling. Quem gosta de suéteres, casacos e jaquetas, o Sei Lá está com uma boa seleção de peças de inverno. Outras peças que são destaque são as lingeries e camisolas vintage. 

Dá para comprar as peças online e em Florianópolis também é possível receber em mãos. Por conta da pandemia, não é possível provar no momento. 

Acervo Nequesa

acervo nequesa

O Acervo Nequesa é um daqueles brechós com identidade única. A curadoria é da Nina Hoffmann e o projeto foi idealizado por três gerações de mulheres da família. Elas trabalham com pesquisa, aquisição, restauro, aluguel e venda de vintages desde 2005, no que elas chamam de “uma paixão familiar que resiste ao tempo”. Localizado na Lagoa, o Acervo Nequesa possui mais de 3 mil peças originais de todas as épocas, com foco principal nas eras Vitoriana, Edwardiana, lingeries e camisolas vintages em geral. É um espaço que proporciona uma verdadeira viagem no tempo. 

A curadoria e garimpo vêm do mundo todo e elas trabalham com venda online desde o Orkut. Em breve, será lançado um site oficial do Acervo. 

“Se vestir é um ato político, uma maneira de expressão. As peças de brechó são marcantes e únicas. Para quem está começando, eu sugiro uma peça “curinga” que dê para jogar com peças mais simples do guarda-roupa, uma bota ou uma jaqueta ou acessório com identidade fazem toda a diferença”, conta Nina. 

Desapegue Floripa

desapegue floripa

O Desapegue Floripa tem uma proposta diferente de outros brechós. Carol Bremm e Sabrina Nicoli acreditam que as roupas têm histórias para contar e que é possível vestir-se bem dando novas oportunidades a peças que muitas vezes ficam paradas ou são descartadas e, com isso, fazer as pessoas repensarem sua forma de consumo.

Há o #clubedesapegue pelo qual, através de um cadastro e de uma curadoria prévia, mulheres podem levar suas peças (sem limites de quantidade) para serem avaliadas, precificadas e aprovadas junto. Depois, as peças ficam à venda na loja física e online e os resultados são compartilhados entre o Desapegue e Desapegada – como são chamadas as mulheres que fornecem as peças. Elas podem ainda usar os créditos das vendas dos seus desapegos em novas peças para comprar novas peças na loja.

Em Floripa, a loja fica na Trindade mas também é possível comprar pelo Instagram e em breve pelo site. 

“Comece olhando com cuidado o seu guarda-roupa e veja o que você realmente precisa. Quem sabe, as peças que estão lá paradas poderiam ter outras oportunidades com outras pessoas”, defendem.