Exposição do projeto artístico de arte e tecnologia Void Setup, de Felipe Braun, pensa as relações entre corpos, telas, máquinas e imagens

Imagens e vídeos gerados por códigos computacionais que, apesar de terem regras e limites para operar, acabam gerando resultados aleatórios e inesperados. Esse é o ponto de partida da exposição Aleatoriedade Programada, assinada pelo projeto Void Setup, do músico, artista-programador e graduando em Engenharia Eletrônica Felipe Braun, que está em cartaz na Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti até o dia 1º de abril.

A exposição traz obras de arte generativa, um tipo de arte gerada em computador através de códigos de programação e algoritmos. Para as obras de Aleatoriedade Programada, Felipe usou, principalmente, o software TouchDesigner, que mistura uma interface gráfica com programação. O artista consegue dar limites e alterar parâmetros de funções para guiar a criação da obra, mas o resultado final é parcialmente aleatório e gerado pela máquina – daí vem o nome da exposição. Essa tensão entre o artista e a máquina, o analógico e o digital e o porvir tecnológico são os interesses de pesquisa e estética do projeto Void Setup.

“Após um ano de experimentações e estudos relativos à arte digital, arte generativa, NFTs e realidade aumentada e virtual, surgiu uma vontade de traduzir esse trabalho, que habitava somente o âmbito digital, para o mundo físico. Com a oportunidade trazida pelo edital Aldir Blanc, conseguimos juntar ideias de como realizar essa tradução e fazer a exposição ser física, porém com uma camada digital trazida pela realidade aumentada”, explica Felipe, que já trabalha com programação há mais de sete anos, passou por áreas como desenvolvimento web, análise de dados, inteligência artificial e, mais recentemente, programação criativa (como é denominado a programação para arte generativa). No último ano, também focou em NFTs e participou de exposições digitais no metaverso do Cryptovoxels, dividindo espaço com outros artistas NFT de várias partes do mundo.

A exposição tem concepção criativa e curadoria de Luize Cornelius. Também traz realidade aumentada, que provoca uma relação entre corpo e máquina por meio de uma camada digital sobre o objeto analógico, permitindo que o artista combine elementos virtuais ao ambiente real. Por meio de um smartphone ou tablet, a camada de realidade aumentada faz com que as barreiras do bidimensional sejam rompidas, adicionando novas linguagens, experiências e valores à obra através de um processo interativo e em tempo real. Basta utilizar o app Artivive que, através da câmera, reconhece a obra e mostra o vídeo digital que originou a peça física. 

Aleatoriedade Programada

até dia 1º de abril
Galeria Municipal de Arte Pedro Paulo Vecchietti, de segunda a sexta-feira, das 12h as 18h
Saiba mais no Instagram do projeto