Aplicativo Somos vai lançar campanha de financiamento coletivo nesta quinta (9)

Iniciativa importante para a comunidade LGBTI da Capital catarinense: nesta quinta-feira (9), bares e estabelecimentos da rua Victor Meirelles, no Centro, se unem para apoiar a construção do aplicativo Somos, que vai promover segurança, assistência e prevenção às pessoas LGBTIs. A partir das 19h, cada empresa parceira da iniciativa vai realizar uma ação de marketing social, na qual parte da verba arrecadada será revertida para a construção do aplicativo. O evento também contará com apresentações artísticas e intervenções na rua, com projeções e desenhos.

Nesta quinta, também será dado início à campanha de financiamento coletivo. A startup Somos fará uma vaquinha online e terá 60 dias para arrecadar o valor estipulado para sua criação.

O aplicativo é baseado em duas interfaces. A primeira é o botão de pânico, para ser usado quando a pessoa estiver correndo perigo eminente ou se sentindo ameaçada. Isso vai gerar um alerta para pessoas que estão próximas e para amigos cadastrados como contato de segurança, além de indicar estabelecimentos LGBTIfriendly dispostos a dar assistência em casos de LGBTIfobia.

“Em uma situação de risco, ligar para a Polícia pode sim ser difícil. Vamos supor que a vítima não tenha tempo para informar seus dados durante a ligação. Isso pode levar minutos! Nesse momento, seus contatos conectados ao app conseguem ajudar, porque eles terão acesso a esses dados”, explica Bruno Jordão, diretor operacional da Somos.

Na segunda interface, que é um mapa, é onde entra a prevenção. O usuário pode identificar se existem relatos de LGBTIfobia em alguma rua, por exemplo, ou antes de ir a um estabelecimento pode se informar e ver as avaliações que aquele local já teve sobre a receptividade e respeito ao público LGBTI.

“Temos que entender também que tipo de violência o aplicativo busca combater, já que os riscos de agressão não são iguais para todo mundo. Por exemplo, uma pessoa heterossexual, homossexual e transexual. As três, só por saírem de casa, já estão vulneráveis à violência urbana. A grande questão é: além dessa probabilidade, tem pessoas que sofrem o risco de serem agredidas simplesmente pela orientação sexual ou pela identidade de gênero, e é esse tipo de violência, em específico, que o aplicativo busca combater”, defende Nadyne Garcia, diretora de criação da Somos.

O aplicativo foi idealizado por quatro amigos – dois arquitetos, uma designer e um jornalista – Bruno Jordão, Hottmar Loch, Nadyne Garcia e Felipe Figueira. A concepção do projeto teve início em março e reuniu diversas pessoas da comunidade, que foram convidadas para reuniões de cocriação onde foram debatidos os problemas que cada um enfrenta e quais melhorias poderiam ser agregadas ao app. Outras funcionalidades, como integração com a Polícia e Disque Direitos Humanos, vêm sendo estudadas pela startup.  

Somos Victor Meirelles

Quando: quinta-feira (9), a partir das 19h
Onde: diversos estabelecimentos da rua Victor Meirelles, Centro, Florianópolis