Espaço onde funcionava o Picnic Food continua como ponto de encontro

O número 138 da rua Victor Meirelles, no Centro de Floripa, está diferente. A fachada amarela com ilustração do artista Galvão Bertazzi anuncia o novo Desvio, que ocupa o espaço onde antes funcionava o Picnic Food e é comandado pelo jornalista Marcos Espíndola, a ex-publicitária e futura museóloga Ana Roman e pelo ex-sócio do Picnic Radji Schucman.

Quem era fã dos hambúrgueres veganos que fizeram a fama do antigo local não precisa se preocupar – eles continuam no cardápio do Desvio, com novas receitas tão gostosas quanto as anteriores. A parceria com a Cervejaria Vodu, que fica no prédio ao lado, também segue. Com o tempo haverá novos petiscos e bebidas, com destaque para a sangria, drinks e comidinhas feitas com ingredientes orgânicos e locais.

Entre o fechamento do Picnic e a abertura do Desvio foram apenas cinco dias. Por esse e outros motivos, foram feitas poucas alterações na estrutura e a vibe colaborativa da decoração vai continuar. A ideia é que o público dê a cara para o espaço e que ele seja construído coletivamente. Por enquanto, há instalações da artista Anna Moraes na parte interna e na vitrine. E na fachada atualmente assinada por Bertazzi também passarão outros artistas. 

“Isso não é discurso, é um lema de vida mesmo. Arte e cultura são uma construção coletiva e quanto mais a gente agir coletivamente, mais possível será construir um mundo mais forte e interessante pra todo mundo”, defende Espíndola. 

Ponto de encontro da galera da cultura

desvio bar

Ter um bar é novidade para Marcos Espíndola, mas ele é um velho entusiasta da noite, da cultura e da música da Capital. Por oito anos, ele comandou a Contracapa, coluna cultural no antigo caderno Variedades do Diário Catarinense. Por lá ele registrou a criação e o desenvolvimento de espaços como o Célula, o 1007, o Jivago, o Blues Velvet e outros precursores da noite do Centro – que só depois veio se consolidar com todo esse universo da Victor Meirelles e arredores.

Depois de sair da redação, ele atuou em outros projetos até decidir encerrar o ciclo na comunicação.

“O período da Contracapa foi bacana porque foi uma espécie de ponto de encontro. Todos os agentes, todas as frentes, todas as tribos e formas de expressão artística ocuparam ali. Aquela página era um lugar onde as pessoas se conectavam. E aí eu e minha esposa (ele é casado com Ana Roman, uma das sócias) pensamos em montar um negócio que pudesse retomar esse prazer, essa alegria, de estar num espaço democrático, de encontro entre tanta gente legal e diferente”, explica.

A região da Victor Meirelles, claro, era um sonho e referência. O casal já costumava frequentar a região e foi numa dessas visitas, em dezembro do ano passado, que conversaram com Radji, alinharam as expectativas e decidiram se unir. 

“Foi muito simbólico dentro de todo esse processo de reformulação da minha vida. O Desvio é um desvio das nossas vidas, mas que me recoloca dentro daquilo que eu sempre busquei. A gente pensa no Desvio como espaço de acolhimento, onde as pessoas possam se sentir representadas, livres, onde possam sentar, comer, beber, se conectar, rir e chorar. Estamos chegando pra somar ainda mais pra esse espaço fundamental pra cidade que é a Victor Meirelles”, finaliza.

O espaço, portanto, segue como ponto de encontro de jornalistas, galera do cinema, arte e cultura no geral. Vale ficar de olho na programação que terá música, lançamentos, feirinhas aos sábados, entre outros encontros realizados pelo Desvio e também junto com outros bares da região.

Desvio

Onde: Rua Victor Meirelles, 138, Centro, Florianópolis
Quando: de terça a sexta, das 18h à 0h. Sábados, das 16h à 0h