Segunda edição da KIKI será neste sábado (11), com van bate e volta saindo de Floripa

A segunda edição da festa KIKI, rolê de Balneário Camboriú que vem com um proposta de ser uma nova opção de festa eletrônica e de house para o público LGBTQIA+, será neste sábado (11). O projeto é de Vitor Paganelli, ex-estudante de arquitetura da UFSC, DJ e produtor que hoje mora em Balneário Camboriú. Será também a estreia dele como DJ – além de Vitor, tocam os DJs Abaporu e GREG. A KIKI ocorre no Lo-Fi.

“Morei por dois anos em Floripa e acho que a experiência de universidade pública (viva a educação pública de qualidade!) me aproximou de rolês mais diversos e acessíveis, e aí fui me aproximando da cena underground da Ilha. Comecei a desenvolver o gosto pela música eletrônica e, logo então, me descobri clubber haha”, relembra Vitor.

Em Balneário Camboriú, para onde se mudou para estudar publicidade, Vitor tornou-se pesquisador e, em paralelo à bolsa de pesquisa e às disciplinas curriculares de pesquisa de mercado, reuniu uma população amostral de mais de 600 jovens para estudar seus hábitos de consumo relacionados à vida noturna. Ao mesmo tempo, fez cursos de Pesquisa e Sensibilidade na Música e Discotecagem básica à avançada. O assunto também foi tema do TCC “A Influência dos Stakeholders na Gestão de Eventos de Entretenimento de Música Eletrônica”.

Fotos: Tony Alves

“Uni as minhas insatisfações pessoais para com a cena eletrônica de BC, os insights encontrados nas minhas pesquisas acadêmicas, o aprendizado do TCC, e dei início à modelagem da KIKI, aplicando toda a minha experiência. Hoje, trabalho na Ludos, uma gestora 360º de eventos e que também presta assessoria, além de ser produtor e DJ da festa house mais colorida de BC”.

A KIKI, portanto, surgiu desse contexto de insatisfações pessoais em relação à cena eletrônica da região, principalmente a falta de festas eletrônicas com curadoria e voltadas ao público LGBTQIA+.

“Vemos renomados clubes trazendo nomes consagrados para seus lines, porém miram num público classe A. Portanto, vendem ostentação, tornam a entrada inacessível, embranquecem o público e, no fim, o espaço cheira a heteronormatividade e individualismo. Esse ambiente insociável exige um som extremamente introspectivo e, por vezes, agressivo. A origem da EDM se deu em meio à liberdade sexual e “paz e amor” dos hippies, à revolução feminista das Disco Divas, ao fim da segregação racial com o Movimento dos Direitos Civis nos EUA, etc. Tudo isso se perde”, comenta.

Para Vitor, as festas direcionadas ao público LGBTQIA+ ainda deixam a desejar na questão da curadoria musical, com um som massificado, comercial e focado muito mais no pop e funk. Por isso, a KIKI se posiciona como um espaço seguro para a comunidade carente de entretenimento; com um gênero musical (house) que se conecta com a sua história e atrações selecionadas com curadoria.

A primeira edição, em setembro de 2022, foi um sucesso e contou com Kika Deeke, de BC, e Lycra Preta, de Floripa. Essa conexão entre as duas cidades também está presente na segunda edição, com oferta de van bate e volta saindo do Centro da Capital.

“Existem conversas paralelas com alguns estabelecimentos de Floripa para fazer um showcase da KIKI, assim a gente constrói uma comunidade antes de investir numa edição da festa num formato razoável. Nos próximos dois meses, uma KIKI Pocket vai desembarcar na Ilha, anotem!”, adianta o produtor.

Saiba mais no @kikifesta