Ela é especializada em cortes curtos e no atendimento de mulheres lésbicas
Para mulheres lésbicas, principalmente aquelas que não performam feminilidade, uma coisa simples e rotineira como cortar o cabelo pode causar constrangimentos. Isso porque muitas barbearias tradicionais se recusam a atender mulheres e alguns profissionais têm ressalvas em relação a cortes considerados “não femininos” em mulheres. Pensando nisso, Helena Abreu decidiu se especializar em cabelos curtos para poder atender mulheres lésbicas que estejam em busca de cortes legais ou que simplesmente queiram ser atendidas com respeito e segurança.
Mineira, Helena morou em Brasília antes de vir para Floripa, onde hoje vive com a esposa. Ela se percebeu lésbica desde a adolescência e quando tinha 16 anos decidiu cortar o cabelo em uma barbearia. Sem muitas referências, acabou pedindo o corte do Neymar.
“Foi justamente essa coisa de não ter o atendimento que eu queria quando frequentava esses espaços que despertou minha atenção para eu querer trabalhar com isso. Geralmente o cara se recusava a me atender, ou cortava de cara feia, ou as pessoas que estavam no local me olhavam feio. Eu nunca me importei porque chega uma hora em que você para de se preocupar por questão de sobrevivência, porque você quer ocupar aquele espaço como seu. Mas ao mesmo tempo eu queria que as mulheres lésbicas e pessoas LGBTIs no geral tivessem esse lugar seguro, onde pudessem cortar o cabelo e se sentir livres para se expressar”, explica.

Antes de se profissionalizar, Helena começou a cortar o cabelo dos familiares, em casa. Hoje, ela atende no bairro Canasvieiras, onde mora, ou em domicílio. Cerca de 90% de suas clientes são mulheres. Quem quiser conhecer mais ou agendar um horário pode entrar em contato pelo direct do Instagram.
“É um trabalho de suma importância porque não é só um trabalho, é um lugar de acolhimento, é você poder ter um espaço que as pessoas heterossexuais sempre tiveram, como as mulheres que vão no salão e podem conversar sobre qualquer coisa, ou os homens quando vão na barbearia. É você estar entre pessoas semelhantes com quem você pode conversar e não só cortar o cabelo, mas ter um momento seu, de cuidado, de carinho e de troca”, finaliza.
Veja alguns cortes feitos por ela:

