“Lauraindo”, de Laura V Malmegrin, traz conversas, desenhos, fotografias, devaneios, pequenos detalhes e anotações

Despertar um olhar crítico (e curioso) para a maneira com que nos relacionamos – uns com os outros e com os espaços que habitamos é o objetivo do trabalho da catarinense Laura Vlavianos Malmegrin, que está em contagem regressiva para o lançamento de seu primeiro livro, Lauraindo. A obra foi desenvolvida a partir de caminhadas pela região e conversas com os moradores do Porto da Lagoa, bairro onde a artista mora, e o lançamento será nesta sexta-feira (9), às 18h, na sede da Associação de Moradores do Porto da Lagoa (Ampola). Para o evento estão previstas, além da sessão de autógrafos, roda de conversa com a autora, exposição dos desenhos originais que ilustram o livro e a projeção de vídeos que integram o projeto.

A publicação envolve escrita, desenho, fotografia, memória coletiva e experimentações em errâncias urbanas, e é o desdobramento do trabalho de conclusão de curso de Laura em Artes Visuais pela UDESC.

“Com este trabalho busco apresentar uma pesquisa em arte contemporânea para o público catarinense de maneira poética e acessível, democratizando o acesso desse público à pesquisa artística e acadêmica desenvolvida na UDESC, retornando ao estado de Santa Catarina os aprendizados proporcionados por sua universidade pública”, explica Laura.

O projeto foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura – edição 2021, executado com recursos do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense da Cultura. A tiragem do livro será de 700 exemplares, que serão distribuídos gratuitamente no lançamento e enviados para instituições, bibliotecas e acervos catarinenses. Também estará disponível na plataforma digital ISSUU para leitura gratuita.

Título do livro faz alusão à via importante do Porto da Lagoa

O Porto da Lagoa é uma das regiões do distrito da Lagoa da Conceição, tendo como uma das vias principais a rua Laurindo Januário da Silveira. O local foi, durante muito tempo, o acesso utilizado por moradores de outros bairros ao centro da “freguesia” da Lagoa e, por este motivo, mostrou-se importante para o desenvolvimento da região. Em artigo publicado em jornal local, a jornalista Simone Moreira registra que a região, que fica entre o final do Canto da Lagoa da Conceição e o rio Tavares, era o único meio de comercialização de mercadorias para a Freguesia da Lagoa da Conceição. “Na década de 60 não havia estradas na Lagoa. Pelo Canto, subia-se à pé o Morro do Badejo e lá estava o Porto, onde não existia estrutura portuária”.

Laura afirma, ainda, que o projeto propõe sensibilizar o leitor para questões urbanísticas e relacionais. “O livro não é apenas um relato sobre o bairro em que eu moro, mas um convite ao leitor para que perceba o seu próprio entorno com outros olhos, ouvidos e pés”, completa.

Saiba mais pelo site.

Fotos: Olívia Lago