O Madalena se define como “meio bar, meio rua, meio lugar pra dançar”, e é isso mesmo
O espaço te faz querer pegar o celular imediatamente para fotografar tudo. O sucesso do menu é o drink Sapatônica, um gin tônica com xarope de tangerina. É possível ficar no andar de baixo, no de cima (onde rola uma mini pistinha) ou lá fora, na rua. E ainda é comandado por um casal de mulheres. O Madalena Bar, aberto no começo de outubro, é o novo reduto LGBTI de Florianópolis – mas tem atraído também um público interessado no frescor de uma região do Centro que até pouco tempo era mais diurna que noturna.
“Pensamos num lugar que pudesse dar espaço para mulheres e LGBTIs, porque percebemos como isso é raro na noite. Nesse momento em que ideias fascistas ganham cada vez mais espaço e que estar na rua é um ato político, locais com viés de acolhimento e segurança são indispensáveis. O Centro antigo já foi reduto de públicos tão distintos e hoje está ganhando cada vez mais força com essa recente revitalização. Os bares fazem parte da cultura da noite e a gente não pode deixar que isso se perca, já que não há apoio do poder público”, conta Rose Bär, uma das sócias.
Rose é uma figura conhecida da noite no Centro. Ainda estudante de Filosofia, ela começou no Jivago, em 2008. Depois, foi caixa do Blues Velvet e também gerenciou e produziu festinhas por lá. Ainda foi gerente e produtora do Treze. Conheceu Anna O’Sfair, a outra metade da dupla, no Blues em 2011, mas foi só em 2017 que elas ficaram, em uma festa produzida por Rose. Namoradas, encararam juntas o desafio de ter um bar.

“Já tinha essa vontade desde a época do Blues, queria ter um espaço em que eu pudesse fazer as coisas e pensar cada detalhe do meu jeito. Sempre curti muito o Centro, principalmente a parte antiga. Quando morei por lá, era apaixonada por estar perto dos bares que frequentava, poder ir de um para o outro caminhando”, relembra Rose.
O Madá, apelido carinhoso do bar, tinha que ser, portanto, no Centro. As duas souberam que o sobrado da rua Victor Meirelles estava para alugar e no dia seguinte já começaram a negociar com a imobiliária. Desde a assinatura do contrato de aluguel até a inauguração, passaram-se apenas quatro meses. O projeto é assinado pela arquiteta Emanuella Wojcikiewicz, que também fez outros lugares legais como o No Class e o Empório Capella Café.
“Sempre pensamos no bar com uma estética feminina e ele tem isso em cada detalhe. Quando conversamos com a Manu, falamos de referências cinematográficas que curtimos como os neons de Twin Peaks, o episódio San Junipero de Black Mirror, o filme A Liberdade é Azul e Paris,Texas”, explica.
No som eclético, tem música brasileira (de Tropicália a Emicida), rock underground dos anos 60 e 70, pop dos anos 80 e 90, música eletrônica, blues, jazz e indie, às vezes com DJ. O menu tem carta de drinks assinada por Patrick Nienov. Vale experimentar, além do Sapatônica (R$ 15), o Witch Please (R$ 20), com Jack Daniel’s, licor de uísque e canela Witch on Fire, sumo e bitter de laranja, calda de açúcar e gengibre, e o Camparito (R$ 15), com Campari, limão siciliano e taiti, laranja macerada e calda de açúcar.
Madalena Bar
Quando: de terça a quinta, das 19h às 2h, sexta e sábado das 20h às 2h
Onde: Rua Victor Meirelles, 230, Centro, Florianópolis