Evento ocorre de 13 a 16 de julho, na Lagoa da Conceição

A 4ª Mostra Brasil de Cinema começa nesta quarta-feira (13), na praça Bento Silvério, Lagoa da Conceição. Com entrada gratuita, o evento terá oficinas de cinema com Jeferson De (SP), de circo com Circus Fever (SC) e de hip hop com Fernandinho Beat Box (SP) e Pelezinho(SP) durante a tarde e, à noite, sessão de cinema com exibição de um filme nacional recém-lançado, seguida de um debate. O encerramento da Mostra, no sábado, será com show de Cores de Aidê.

Os filmes transitam por temas fortes e urgentes como anti-racismo, ditadura militar e resistência dos povos originários, assim como a cena underground da música brasileira. E quem vai falar sobre filmes são pessoas diretamente ligadas às produções e convidados locais. Destaque para Aldri Anunciação, co-roteirista do filme “Medida Provisória”; para Matias Lovro, montador e co-roteirista de “Chorão: Marginal Alado”; para Luiz Bolognesi, diretor de “A Última Floresta; para escritora Eliane Potiguara e para liderança indígena local Kerexu Yxapyry. 

“Medida Provisória” (foto em destaque) abre a agenda de exibições, na quarta (13). O filme com direção de Lázaro Ramos, que estreia nesse papel, e elenco 100% formado por atores e atrizes negras, apresenta uma distopia em que pessoas pretas são enviadas para países da África, sob uma suposta ação de reparação social do governo brasileiro pela escravidão. O longa estreou em abril deste ano e está em exibição no circuito comercial.

Na quinta (14) tem  A “Última Floresta”, com direção de  Luiz Bolognesi,  sobre o drama da grande nação yanomami a partir do  olhar do seu líder e Xamã – produção de extrema relevância no momento atual, pela luta dos povos originários e quando o mundo acompanha notícias sobre a morte de ativistas indígenas na Floresta Amazônica. 

Na sexta (15) é a vez do longa “Chorão – o Marginal Alado” (2021),  com direção de Felipe Novaes, um documentário biográfico sobre o músico brasileiro e sua contribuição para o rock e para a cena underground.

“Marighella” fecha a programação no sábado (16). Com direção de  Wagner Moura,  conta a história dos últimos anos do guerrilheiro, interpretado por Seu Jorge, que liderou um dos maiores movimentos de resistência contra a ditadura militar no Brasil.

Encerramento com Cores de Aidê

O encerramento da Mostra, no dia 16 de julho, terá o show de Cores de Aidê, já conhecido em Florianópolis. O grupo agrega mulheres diversas em seus percursos, estéticas, vivências e gerações por meio da percussão, fazendo-as convergir na compreensão da potência artística e política do samba reggae e na construção coletiva da identidade conceitual, das composições autorais do repertório, figurino, coreografia e arranjos de vozes. A banda busca emancipar as mulheres, fortalecendo a autoestima e a compreensão identitária, bem como ressignificar corpos pela música e pela dança afro-brasileira. E reforçar que as mulheres podem e devem estar onde quiserem.

O espetáculo valoriza a diversidade e o protagonismo feminino, com canções autorais e referências em grandes artistas do samba-reggae, como Olodum, Ilê Aiyê, Cortejo Afro, Didá, Muzenza, entre outros. No palco, o grupo conta com um conjunto percussivo composto por instrumentos de fundo, repique, caixa/tarol, surdo marcação, surdo contra-tempo e xequerê que, por meio de levadas rítmicas, sustentam as canções.

Inscrições para as oficinas e mais informações pelo site.