Sonia Gomes é a artista escolhido para a mostra No Calor da Hora em Florianópolis
Diante de uma pandemia que deixa transparecer de maneira ainda mais evidente a fragilidade do processo democrático brasileiro, o projeto M.A.P.A. – Modos de Ação para Propagar Arte – inaugura sua primeira edição com a mostra No Calor da Hora como objetivo de levar arte para o espaço público e provocar reflexões acerca do caos político e social.
Idealizado e organizado pela VIVA Projects, com curadoria de Patrícia Wagner, o projeto leva 27 artistas cujas poéticas derivam de múltiplos percursos – como artes visuais, cinema e literatura, entre outros -, para ocuparem 27 espaços de outdoor em todas as capitais do país (em caráter de exceção, devido a Lei Cidade Limpa, em São Paulo a obra será exposta no munícipio do Osasco).
O outdoor que mostra a obra de Sonia Gomes em Florianópolis está instalado na Osmar Cunha, 155, no Centro da Capital, até o dia 25 de outubro. Artista visual mineira, Sonia Gomes trabalha com a produção de esculturas e instalações concebidas a partir de materiais artesanais de histórias distintas – como roupas e mobiliário – formando corpos que vivificam novos sentidos. As obras, de grande rigor estético, se edificam em bordados e torções que ganham carácter escultural, compondo memórias ligadas a questões de identidade racial e a conexão afetiva com sua ancestralidade.
O intuito é que cada artista, a partir de sua própria prática poética, apresente um trabalho que problematize as questões urgentes do presente. Um dos fios condutores para o convite foi a diversidade tanto em termos de atuação quanto em termos de representatividade nas muitas regiões do país.
“Procuramos contemplar a pluralidade da arte contemporânea em produções que abordam, em grande parte, questões ligadas à temas fundamentais do presente. Pensando que o espaço público é também, por excelência o local da diversidade, das divergências e do debate.” afirma Patrícia Wagner.

A ideia de se valer do espaço urbano como campo para reflexão ocorre não apenas a partir da suspensão do acesso aos equipamentos culturais do país, como também da impossibilidade de manifestações coletivas em espaços públicos e a vontade de deixar a arte acessível a um público mais amplo. O caráter descentralizado da mostra visa fortalecer um programa de deslocamento entre os artistas e seus locais habituais de fala e exibição.
“Nossos projetos sempre foram pensados para inserir a arte no cotidiano, tornando possível que ela penetre a vida das pessoas de maneiras diferentes. Mas havia um desejo antigo de trabalhar em uma escala maior e mais plural, acessar diferentes públicos” diz Camilla Barella, “Muitas questões acerca das nossas responsabilidades civis são discutidas por meio da arte, mas muitas vezes em ambientes de acesso restrito, seja por questões geográficas, alcance intelectual ou poderio econômico”, finaliza ela.
A lista de artistas conta com André Komatsu, Aline Mota, Anna Costa e Silva, Anna Maria Maiolino, Arnaldo Antunes, Augusto de Campos, avaf, Dalton Paula, Gê Viana, João Pinheiro, Karim Ainouz, Leonora de Barros, Paulo Bruscky, Paulo Nazareth, Ricardo Basbaum, Romy Pocztaruk, Santídio Pereira, Sonia Gomes, Traplev, Thiago Honório, Vera Chaves Barcellos.
A mostra é dividida em 4 ciclos, com obras exibidas em conjunto durante 15 dias, até completar o total de 27 cidades, sendo um outdoor por cidade. Simultaneamente à exibição nos outdoors, as obras também serão incorporadas à plataforma virtual do projeto que pode ser acessado para mais informações: www.vivaprojects.org/mapa ou também o perfil no Instagram @VivaProjects.
Em Floripa:
Obra: _To the Kooning_,2018
Projeto especial para M.A.P.A. mostra No Calor da Hora
300 x 900 cm
Onde: Av. Pref. Osmar Cunha, 155, Centro, Florianópolis