Primeira etapa do projeto convida marcas independentes, artistas e artesãos da Grande Florianópolis a se inscreverem

A Parque Gráfico você provavelmente já conhece – a feira de arte impressa e publicações independentes rola desde 2016 em Florianópolis e é uma das iniciativas mais legais da cidade. Agora, ganha uma irmã mais nova, a Parque Manual, que tem um foco mais amplo e celebra a produção manual, autoral, independente e local.

O projeto acaba de ser lançado e a primeira ação é um mapeamento de pequenos produtores, marcas independentes, artistas e artesãos. A proposta é criar um instrumento público de acesso para fomentar a economia local, colaborativa, criativa e social, servindo como ponte entre consumidores e marcas e produtores, entre quem promove e quem deseja participar. A primeira versão desse mapeamento será simples: uma planilha na qual as pessoas poderão buscar produtos específicos e seus produtores, que será alimentada semanalmente. No futuro, a ideia é criar uma plataforma robusta e fácil de navegar, que possa reunir produtores da região e até mesmo de todo o país.

“Pouco antes da Páscoa, recebi diversas mensagens de pessoas buscando pequenos produtores que trabalhassem com chocolate e, embora eu soubesse indicar três ou quatro, gritou na minha mente uma questão: não existe um lugar em que eu possa acessar esse tipo de informação com facilidade? Não encontramos esse produto, então resolvemos fazer, hahaha. De forma simplificada, a proposta é facilitar essa conexão entre quem faz e quem quer comprar para, de fato, promover um consumo mais consciente”, explica a produtora Camila Petersen.

Apesar do recente anúncio da plataforma virtual, o projeto vem sendo gestado desde o lançamento da Parque Gráfico. Marcas independentes, designers, pequenos produtores e artesãos sempre demonstraram interesse em expôr na feira, porém ela não abrange todo tipo de produto por ser focada em arte impressa e publicações independentes.

“Já conhecíamos outras feiras e, ainda no primeiro ano da Parque Gráfico, começamos a planejar a Parque Manual – uma feira que pudesse abraçar maior diversidade de projetos e produtos.  O mapeamento de projetos nesse setor já estava acontecendo pouco a pouco, mas o nosso foco principal era a realização da Parque Manual como evento. Com toda essa tragédia econômica gerada pela Covid-19, que afeta principalmente os pequenos, obviamente todos os nossos planos precisaram mudar”, comenta Camila.

A ideia inicial era lançar a Parque Manual em 2020, mesmo ano da quinta edição da Parque Gráfico. Com a pandemia veio a percepção de que os pequenos produtores estariam entre os mais afetados pela crise, ao mesmo tempo em que muitas pessoas estão aproveitando para repensar sua forma de consumir, buscando alternativas que fortaleçam a economia local. Momento ideal para a Parque Manual nascer, mesmo que em um formato diferente do original. Quem tiver interesse em participar do movimento pode se inscrever pelo formulário e acompanhar o Instagram, que deve se tornar uma vitrine para as marcas e projetos presentes no mapeamento.

“Queremos conversar mais de perto com os idealizadores dessas marcas e projetos para nos aproximarmos de forma mais humana, entendermos os seus negócios e como podemos apoiá-los, para produção de um conteúdo realmente relevante sobre o setor”, finaliza Camila. Viva a Parque Manual!

Foto em destaque: Retha Ferguson