Vencedor será anunciado na abertura de exposição coletiva no CIC, em novembro, e fará uma residência artística em Paris
O Prêmio AF de Arte Contemporânea acaba de divulgar os três finalistas da edição 2022: Bill Or (Itajaí), Mauricio Igor (Florianópolis) e Lucas Pereira Elias (Sombrio). Este ano, o júri exaltou a qualidade histórica dos participantes e a relevância que a premiação, já consolidada como a mais importante do circuito de artes visuais, tem para a produção artística de Santa Catarina e do Sul do Brasil. Os três artistas selecionados irão mostrar seus trabalhos em exposição coletiva no Espaço Lindolf Bell, no Centro Integrado de Cultura (CIC), em Florianópolis, a partir de novembro. O grande vencedor será anunciado na abertura da mostra, no dia 30/11, e como prêmio fará uma residência artística de três meses na Cité Internationale des Arts, em Paris.
A seleção foi feita por um corpo de jurados formado por Niura Borges, pesquisadora, mestre em artes visuais (UFRGS) e galerista; Daniele Zacarão, artista e curadora, doutoranda em Artes Visuais (Udesc) e coordenadora do Curso de Artes Visuais da Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc); e ainda por Henrique Menezes, curador independente, membro do Comitê de Curadoria e Acervo do Museu de Arte Contemporânea do Rio Grande do Sul ( MACRS).
Além do nível altíssimo, vale pontuar que, em 2022, a premiação recebeu um número expressivo de artistas de diferentes regiões e os três finalistas evocam essa diversidade regional. Aa avaliação se deu a partir do portfólio, sempre com o cuidado de apresentar à cena artistas novos e que podem ainda ocupar seus espaços. Para Niura Borges, uma das juradas, o que chamou muito atenção este ano foi, além da beleza dos trabalhos, a coerência de pesquisa, tanto prática quanto teórica.
“Vimos o engajamento e a seriedade dos artistas no desenvolvimento de seus próprios trabalhos. Além disso, um ponto de convergência entre os três finalistas foi a originalidade, a audácia e a potência de criação. São obras que trazem provocação e têm elementos de questionamento, tão importantes hoje em dia”.
Conheça os finalistas
Bill Or (1994) | Itajaí (imagem em destaque)
Bill Or (Beatriz Ramalho Rodrigues) é artista visual à frente de várias iniciativas voltadas para projetos editoriais. Nos últimos anos, seu interesse tem se voltado para as relações entre literatura e artes visuais, ficção e realidade, hardware e software. Seu trabalho se dá a partir de procedimentos de apropriação, coleção e edição com desdobramentos em performances, textos, áudios, vídeos, fotografias, desenhos e publicações. O processo da artista passa ainda pela edição como linguagem e tecnologia no campo editorial, com a presença marcante da repetição. Já participou de diversas exposições e projetos individuais, como Começa Com o Toque do Dedo no Dorso da Máquina, na sala Edi Balod em Criciúma; Nomeáveis ou Como Chamar Coisas sem Nome, na Casa da Cultura Dide Brandão de itajaí; e sonho.software, executado com recursos do Lei Aldir Blanc, entre outras.
Mauricio Igor (1995) | Florianópolis

Nascido em Belém (PA) e radicado em Florianópolis, o artista atualmente transita entre essas duas cidades. É licenciado em Artes Visuais pela Universidade Federal do Pará, teve passagem pela Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto (Portugal) e atualmente é mestrando na Udesc. Sua pesquisa e produção passa pela investigação de questões de identidades em temas como gênero, sexualidade, miscigenação, decolonialidade e o cotidiano na região amazônica. Vem se dedicando a uma pesquisa acerca das poéticas sobre o corpo afro-amazônico em deslocamento, como o corpo sente e é sentido, como afeta e é afetado. Esses processos se desdobram em diferentes mídias, como fotografias, vídeos, objetos, performances, textos e instalações. Já participou de exposições e premiações como com o XVI Prêmio Funarte Marc Ferrez de Fotografia, da Fundação Nacional de Artes; Prêmio Rede Virtual de Arte e Cultura, da Fundação Cultural do Estado do Pará; e o 15º Salão de Artes de Itajaí, da Fundação Cultural de Itajaí, SC; entre outros.
Lucas Pereira Elias (2000) | Sombrio

Nascido em Sombrio, no Sul do Estado, Elias é graduando em Artes Visuais pela Universidade do Extremo Sul Catarinense (Unesc). Como artista, seu trabalho passa pela elaboração de narrativas poéticas e políticas a partir da observação de objetos cotidianos. Seus principais suportes e meios são a aquarela sobre papel, bordado e acrílica sobre lona. Ultimamente seu objeto de pesquisa passa pela temática ambiental por meio de uma visão afetiva e que parte de questões pessoais da história da avó, uma pescadora que nasceu às margens do Rio Araranguá. Nesse sentido, vem propondo o debate sobre a questão ambiental a partir do viés da tradição e da memória. Embora ainda jovem, já passou por mostras importantes, como a 30º Mostra de Arte da Juventude no SESC Ribeirão preto (2021) e o 17º Salão Ubatuba de Artes Visuais (2021), além de ter recebido o prêmio Perspectiva Futura no 19° Território da Arte de Araraquara (2022).