Foram selecionados trabalhos de 25 artistas. Amanda Melo da Mota Silveira e Sérgio Adriano H ganharam o prêmio de aquisição

A partir do dia 9 de maio, às 19h, os trabalhos dos 25 artistas selecionados no 11º Salão Nacional Victor Meirelles poderão ser visitados pelo público, com entrada gratuita, no Museu de Arte de Santa Catarina – MASC. Foram contempladas proposições de trabalhos artísticos nas modalidades de Desenho, Escultura, Fotografia, Gravura, Instalação, Objeto, Performance, Pintura, Videoarte, outras mídias contemporâneas e novas tecnologias. A visitação vai até o dia 3 de julho.

Dos trabalho selecionados entre os 560 inscritos de todo o país, destacaram-se as obras fotográficas “Cosmografia”, de Amanda Melo da Mota Silveira (SP); e “Não consigo respirar” e “Pavor Negro”, de Sérgio Adriano H (SC), respectivamente primeira e segunda colocadas, que receberão o prêmio de aquisição no valor de R$ 20 mil.

A exemplo das edições mais recentes do Salão, nesta dois artistas serão homenageados com salas dedicadas especialmente às suas obras: João Otávio Neves Filho, o Janga (1946-2018); e Carlos Asp. A curadoria da exposição é assinada por Juliana Crispe.

Artistas participantes

Amanda Melo da Mota Silveira (São Paulo-SP)
Sérgio Adriano H (Joinville-SC)
Carlos Asp (Viamão-RS)
Antônio João Gonzaga Amador (Rio de Janeiro-RJ)
José Bruno de Faria Neto (São Paulo-SP)
Lia Vaquer Cunha (Salvador-BA)
Djuly Francine Gava de Almeida (Florianópolis-SC)
Ana Emilia Jung (Curitiba-PR)
Luiza Baldan (Noise Produção Fotográfica e Cultural Ltda) (Rio de Janeiro-RJ)
Brunna Emanuella Ottoni Ferraz (Brasília-DF)
Bruno Novaes (São Paulo-SP)
Jan Moraes Oliveira (Joinville-SC)
Noara Quintana (Florianópolis-SC)
Luana Assis Navarro (Curitiba-PR)
Rafael Black (São Paulo-SP)
Raquel Stolf (Florianópolis-SC)
Mônica Vaz (Belo Horizonte-MG)
Aline Brune Ferraz de Morais (Salvador-BA)
Kaue Lopes Garcia (Campinas-SP)
Franciele Favero (Florianópolis-SC)
Romy Huber Pradi (Itajaí-SC)
Rodrigo dos Santos Zeferino (Ipatinga/MG)
Priscila Rezende (Belo Horizonte/MG)
Rudolfo Auffinger (Joaçaba/SC)
Claudia Zimmer (Blumenau/SC)

Conheça os vencedores do prêmio de aquisição

Cosmografia – Amanda Melo da Mota Silveira: a série de cinco fotografias está vinculada a encontros com rezadeiras, coletivo de mulheres e grupos que celebram solstícios e equinócios, realizados nos sítios arqueológicos e monumentos megalíticos da Ilha de Santa Catarina, em Florianópolis, ocorridos durante três anos. A pesquisa procurou investigar um dos mais ricos acervos rupestres do planeta, contendo 65 sítios arqueológicos com centenas de inscrições e também dezenas de sítios com pedras orientadas. As pedras, possivelmente serviam como calendários astronômicos aos primeiros habitantes da região, cuja ocupação iniciou-se cerca de 5 mil anos atrás. Algumas dessas inscrições rupestres estão propositalmente alinhadas aos diferentes locais onde o sol nasce nas mudanças de estação. É provável que os povos originários usassem esse calendário para uma série de atividades cotidianas como a pesca, plantio, colheita, caça e para rituais de fertilidade. As fotografias trazem para hoje as relações de um pensamento mítico, perpassado por narrativas e oralidades estreitamente alinhadas com pensamentos filosóficos do agora, permitem acessar uma realidade via conservação de descobertas transmitidas por ancestralidades perdidas, de geração em geração, em narrativas que não podem deixar de existir para a garantia de transmissão.

Não consigo respirar e Pavor Negro – Sérgio Adriano H:  com base em um fato histórico altamente significativo, o primeiro marco oficial do descobrimento do Brasil, no ano de 1501, as obras buscam entender como foi o início da colonização do Brasil, desconhecidos por muitos já que a historiografia nem sempre é a verdadeira, e tentar compreender como chegamos até aqui, uma busca pelo descolonialismo. Os livros História do Brasil propõem pensar nas histórias ausentes, no que foi amordaçado, as palavras não ditas, palavras tomadas. Dar voz ao que foi calado. São livros que lidam com as fronteiras entre a história social ocultada e a história que foi apresentada, numa proposta de um “P.S.” (post scriptum).