Banda goiana volta a se apresentar em Florianópolis nesta sexta (22)
Na lista dos melhores discos de 2018, Tônus, da Carne Doce, é intimista, emocionante, triste e dançante. É o terceiro disco da banda goiana, que está de volta a Florianópolis nesta sexta-feira para um show no Teatro Ademir Rosa, no CIC. Além de canções do álbum mais recente, a banda aproveita para retomar canções de seu primeiro disco (Carne Doce, de 2014), que completa cinco anos em 2019.
A performance da vocalista Salma Jô – única mulher do grupo e responsável pela maioria das letras do novo disco – é um dos destaques. Aproveitei para bater um papo breve com ela:

1 – Você compôs a maioria das letras de Tônus. Como foi o seu processo de criação para este álbum e como ele está relacionado com aquilo que você estava vivendo na época?
A maior parte das músicas foi composta nos meses anteriores à pré-produção do álbum, no fim de 2017. Nós estávamos no fim da turnê do Princesa e nessa ansiedade de manter ou superar o impacto e qualidade no terceiro disco. Para mim, como letrista, foi o momento de sofisticar o que de melhor eu tinha desenvolvido até ali, de apurar meu estilo, minha marca, e acho que consegui. Por outro lado, nessa ânsia para me aperfeiçoar eu acabei explorando justo o tema da insegurança, da insuficiência, de expectativas e frustrações, as letras são quase todas nesse clima um tanto angustiante.
2 – Você disse em uma entrevista para a Noize que foi a vez em que você menos ficou “resolvida” com as letras. Por quê?
Não sei, isso muda e varia. Provavelmente fiz essa entrevista pouco depois do lançamento do álbum, que é um momento que eu ainda estou lamentando e remoendo o que eu poderia ter feito de melhor. Agora que já fizemos mais shows que sei que essas músicas realmente emocionaram as pessoas, que cantam e vivem as letras, agora estou mais segura do resultado.
3 – Você assume um personagem no palco? Qual a diferença entre a Salma Jô que dança de meia arrastão e a Salma Jô em momentos de folga?
Não é um personagem. Como já dei a entender sou insegura e ansiosa, mas no palco eu tenho de superar isso, tenho de ser forte, poderosa, e não é o caso de me negar ou de fingir que sou outra pessoa. Na performance eu potencializo minha extroversão, minha sensualidade, meu corpo. Faço o show com frio na barriga, mas o desafio de ter de entregar um espetáculo me energiza, me empodera. Quando chega a hora, não tem como escapar: ou sou forte ou morro.
Quando: sexta-feira (22), às 20h
Onde: Teatro Ademir Rosa – Av. Gov. Irineu Bornhausen, 5600, Agronômica, Florianópolis
Quanto: R$ 40, via Sympla