Seis das 14 palestras que acontecerão no Festival de Criatividade, que ocorre em Joinville, têm como temas à busca por uma mais vida equilibrada, criativa e espiritualizada
O excesso de positividade, os propósitos exagerados para o sucesso no trabalho e a imersão profunda no mundo digital têm gerado crise e esgotamento à sociedade contemporânea, dando margem à “Sociedade do Cansaço” – título do ensaio do filósofo sul-coreano Byung-Chul Han para a enfermidade que está acometendo a humanidade. Esta exaustão, segundo ele, é a resposta do corpo para o excesso de positividade e cobrança que a sociedade impõe.
Mas por trás deste pensamento otimista, está a realidade: o avanço do capitalismo trouxe consigo uma cultura que naturaliza a cobrança excessiva por produtividade, alta performance, resultados rápidos e, consequentemente, o cansaço.
Observadores dos movimentos contemporâneos, principalmente os relacionados a criatividade, o SH*FT Festival, que acontece dia 3 de dezembro no Ágora Tech Park, em Joinville, incluiu em sua programação ao menos seis palestras que levam à reflexão sobre a necessidade de desacelerar para que o lado criativo ocupe lugar de destaque.
Entre os temas estão a “Semana de 4 Dias e o Futuro do Trampo”, com o designer Junior Vendrami; “Precisamos desligar a Internet?”, com a consultora de Marketing Digital Vitorí Helena da Silva e a “Espiritualidade nos Tempos Atuais”, com o psicólogo, terapeuta e professor de kung fu Artur Martinhago Aguiar.
“Estamos vivendo um excesso: de informação, de tecnologia, de recursos. Deveríamos estar felizes, mas quanto maior é a abundância, mais perdidos nos encontramos, afogados no exagero. E nada pior para matar o pensamento criativo do que a falta de tempo e a exaustão”, explica Gabriel Nunes, coordenador do Festival.
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Arte: Aaron Blanco Tejedor/Unsplash