Produtor conhecido da noite pré-pandêmica de Floripa, Antônio Turnes fala mais sobre o projeto
A noite da Ilha está em um bom momento. Finalmente estamos voltando àqueles tempos em que tínhamos mais de um rolê bom por fim de semana, às vezes até no mesmo dia, e era preciso escolher, ou ir nos dois. A última novidade é a estreia da Slut Rave, nova festa de Antônio Turnes e Thiago Alvino. A primeira edição será no dia 27 de maio, no novo Jonas Bar, na rua Tiradentes, no Centro.
Antônio foi produtor da Shame Club e também responsável por uma das melhores fases do Blues Velvet pré-pandemia, então podemos esperar uma boa noitada (ainda se fala isso?). Conversei com ele para entender melhor esse novo projeto:
A Slut Rave marca a volta de Antônio Turnes à noite depois de mais de dois anos. Como foi esse período pandêmico para você e como tá sendo esse retorno?
É isso mesmo, marca o retorno daquele que achou que não iria retornar. Durante a pandemia disse para mim mesmo que não iria mais trabalhar com a noite, iria ser apenas um espectador. Pois bem, menti para mim mais uma vez… mas talvez ter mordido a língua dessa vez tenha sido por um bom motivo. Talvez eu tenha superado (não esquecido) os motivos que há pouco tempo atrás me fizeram não querer mais produzir festas, enfim. De qualquer forma, aqui estou eu me aventurando mais um vez na noite de Floripa, agora com a Slut Rave.
Esse retorno tá sendo ótimo para espantar diversos monstros que eu criei dentro da minha cabeça durante o período pandêmico e para provar para mim mesmo que eu sou bom nisso. Criar uma festa nova sempre requer muito trabalho e envolve muita ansiedade, mas tudo isso está valendo a pena com os resultados que estamos alcançando. Conseguimos chamar a atenção da cena logo de cara, vendemos o lote promocional em 24h e as pessoas estão super empolgadas com a Slut Rave. Acredito que todo esse barulho tá dando certo porque as pessoas entenderam e compraram a estética e o conceito da festa.
Quem mais está contigo na produção deste projeto?
Quem assina a produção da Slut Rave junto comigo é Thiago Alvino. A festa é resultado de uma das inúmeras conversas e ideias que tivemos ao longo da nossa amizade sobre produção de eventos e o que está faltando por aqui na Ilha. A vontade em somar as nossas expertises e produzir algo juntos já é bastante antiga, mas sempre houve motivos maiores. Dessa vez foi diferente e tudo foi se encaixando para que a Slut Rave saísse do papel, e de quebra a nossa primeira festa juntos. E quem assina os visuais desta primeira edição é Claudio Mendes, da Move Design.

Qual o conceito da Slut Rave e que tipo de som a galera pode esperar?
A Slut Rave nasce a partir da proposta de som que queremos oferecer à pista. A ideia desde do início era criar algo entre a música eletrônica e a música pop, tocar aquilo que não toca em festa de música eletrônica por ser “mainstream” demais e tocar aquilo que não toca em festa de música pop por ser “alternativo” demais. É a partir dessa vontade, dessa percepção de cenário e dessa intersecção que surge a Slut Rave. E esse também é o nosso maior diferencial, servir um som que o público não encontra nas outras festas que estão rolando hoje em Floripa. E esse som em gêneros musicais a gente definiu como Hyperpop, Alternative Dance, Electronic, Experimental Pop e Reggaeton/Perreo.
E é a partir dessa mistura de ritmos, dessa bagunça musical, dessa ferveção caliente, desses batidões dançantes, que surge o conceito da festa. Toda essa confusão sonora também se reflete no nosso visual, na nossa forma de comunicação. Essa linguagem mais escrachada, a estética digital, as brincadeiras com os memes, o improviso, o cru, o feio que é bonito… tudo isso faz parte da estética da Slut Rave. E se você reparar hoje em dia no virtual todo mundo (ao menos na minha bolha) é um pouco dessa bagunça imagética, todo mundo é meio página de meme, meio sexy, meio estranho, meio improvisado e sem filtro. Porque ser uma slut não é sobre o que você fez ou faz, é sobre tomar as rédeas de si e dar regras aos outros. Todos nós somos sluts!
Então, o que a galera pode esperar da festa é uma pista fervida do início ao fim da noite, uma experiência barulhenta, empolgante e dançante. Nessa primeira edição quem completa no line up da Slut Rave é a Vanessinha Hot – que é uma das personas da DJ Sarah Zimmermann a.k.a Chroma, Thiago Alvino e THEHATELOVER (eu). É uma festa para dançar, para experimentar e se divertir.
Escute a playlist oficial da festa para ir entrando no clímax da pista:
Vai ser ali na Tiradentes, onde fica o novo Jonas? Fale mais sobre a escolha do local.
Exato, o novo Jonas Bar, localizado na Rua Tiradentes, 233 é o endereço da nossa estreia. Então, ao meu ver Florianópolis tem duas grandes problemáticas quando se fala de produção de eventos. Primeiro, existem pouquíssimos lugares disponíveis para você locar para fazer uma festa, e a segunda é a preguiça das pessoas em saírem do Centro da cidade para dar rolê. Cientes desses desafios e já decididos que a primeira edição teria que acontecer no Centro de FLN por ser uma festa nova e com uma proposta de som diferente, de cara pensamos no Jonas. A casa já foi o berço de várias labels de música eletrônica aqui da ilha e a estética de inferninho é a cara da Slut Rave.
De que maneira a Slut Rave contribui para a noite de Floripa e no que se difere de outras festinhas que tão rolando?
O maior diferencial da Slut Rave com certeza está na nossa proposta musical. Realmente queremos servir um som que não estamos acostumados a ouvir nas outras festinhas que estão rolando por aí. E é a partir da pista de dança que vem a maior contribuição da Slut Rave, pois para além da experiência sonora, a gente quer criar um clima divertido, uma atmosfera de liberdade, um espaço para você ser quem você é e juntar pessoas que talvez não se encontrasse em algum outro rolê.
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