Publicação será lançada em edição bilíngue
As florestas que sobrevivem em meio à degradação ambiental e à insensatez e insensibilidade humana são o tema das obras de Juliana Hoffmann na exposição Sobre Viventes, realizada em 2019 na Helena Fretta Galeria de Arte, em Florianópolis. Agora a artista lança o Catálogo Sobre Viventes, em evento virtual nesta quinta-feira (11). O projeto editorial é de Juliana Hoffman, Rosângela Cherem e Flávia Person.
O lançamento será no canal do Youtube da Humana Sebo e Livraria, de Chapecó, às 19h, com uma conversa da artista com Helena Fretta, Rosângela Cherem, Flávia Person, Andrey Parmigiani, Thays Tonin e Onor Filomeno, e mediação de Fernando Boppré, Janaína Corá e Daiana Schvartz (Humana). Serão sorteados exemplares do catálogo durante a live.
O catálogo apresenta imagens de 28 obras, fotografias da exposição, uma breve retrospectiva das fases da carreira da artista, um dos principais nomes da arte contemporânea em Santa Catarina, textos da própria Juliana Hoffmann e de uma série de artistas visuais, curadores, historiadores e pesquisadores de arte. Sobre Viventes apresenta impressões de imagens de árvores em tons de marrom e sépia sobre páginas de livros antigos que, posteriormente, foram bordadas e perfuradas, e uso de pintura, fotografia, vídeo, manipulação digital de imagem, backlight, instalação interativa e diferentes materiais como papel, linha, tela, tinta, vidro e acrílico.

A publicação terá distribuição gratuita e exemplares serão enviados a instituições de ensino de artes, bibliotecas e centros de artes. Uma versão digital também estará disponível para download no site da artista.
A natureza está presente de algum modo em toda a obra da artista nascida em Concórdia, em 1965, e que vive em Florianópolis. Juliana Hoffmann trabalha sobre questões que a rodeiam e a incomodam, e decidiu-se pelo tema das florestas e sua condição de viventes em meio ao caos como uma forma de compreender e questionar o que significa estar no mundo.
A artista é influenciada pelo meio que a cerca desde suas primeiras obras: nos anos 1980 criou desenhos que revelam os cenários campestres da sua infância e depois fotografias e colagens sobre uma vida adulta sufocada pela cidade urbanizada, e, mais recentemente, uma série com base em livros de seu pai destruídos pelo tempo e por traças.
Agora, numa atitude quase premonitória, seu processo criativo coincidiu tristemente com o aumento do desmatamento e das queimadas no Brasil, que registrou o Dia do Fogo (10 de agosto de 2019), quando produtores rurais da região Norte do país teriam iniciado um movimento conjunto para incendiar áreas da maior floresta tropical do mundo, e em 2020, com os incêndios que destruíram 30% da área do Pantanal, além da contínua devastação da floresta amazônica, da Mata Atlântica e do Cerrado.
O catálogo foi realizado com incentivo do Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura 2019 e conta com o apoio cultural da Gráfica Rocha e Humana Sebo e Livraria.