Iniciativa terá uma agenda plural em 2020, com a pintura de novos murais, roteiros guiados e tecnologias digitais para promover mais interação com o público

Um novo mural de grandes dimensões vai colorir a paisagem da região mais vertical do Centro de Florianópolis. Natureza do Desterro, obra do artista Rodrigo Rizo, está sendo pintado na lateral do Hotel Zip, localizado no alto da Rua Felipe Schmidt, em um paredão de 420 metros quadrados. A ação é uma iniciativa do Street Art Tour, movimento que começou em 2019 com o propósito de fomentar a cena de arte urbana na Capital.

Além do novo mural, outra novidade: neste sábado (27), o projeto lança o Live Tour, iniciativa que surgiu como alternativa aos tours presenciais pelas obras da cena de arte urbana de Floripa em tempos de pandemia e necessidade de distanciamento social. Será uma visita guiada pelo jornalista Rodrigo Stüpp, do Guia Manezinho, na região do novo mural que está sendo pintado pelo artista Rodrigo Rizo. O tour  terá duração média de 40 minutos e será transmitido ao vivo no perfil de Instagram do Street Art Tour a partir das 16h.

Para este ano, também estão previstas uma série de atividades com diferentes artistas e vários estilos de pintura mural, além de tours guiados para a população — também em versão presencial, quando for possível—, projeto de realidade aumentada e novidades no aplicativo.

street art tour florianópolis
Fotos: Tunai Arozi

Novo mural é um convite à reflexão sobre a cidade num mundo pós-pandemia

A pintura Natureza do Desterro estava programada para ser inaugurada no dia do aniversário de Florianópolis, em março deste ano. O início dos decretos de distanciamento social coincidiu com a data que seria iniciada a pintura.

A primeira proposta era uma reflexão crítica sobre a situação ambiental de Florianópolis. Ao longo da quarentena, o artista Rodrigo Rizo (também autor do mural em homenagem ao poeta Cruz e Sousa no paredão ao lado do Museu Histórico de Santa Catarina – Palácio Cruz e Sousa) reavaliou a abordagem e decidiu levar para o projeto uma visão mais leve e inspiradora. Conceitualmente, a obra parte de uma personalidade feminina que representa um espírito ancestral da natureza e emerge da superfície da água, como uma ilha. Está cercada de vida, com ilustrações de espécies da fauna e flora presentes na cidade. A ideia é que as pessoas possam se identificar com a paisagem, que tenham o sentimento de pertencimento e, mais que isso, atentem para a necessidade de preservação do lugar onde vivem.

— Depois de 50 dias em casa, veio a liberação de algumas atividades, incluindo a pintura mural. Muita coisa aconteceu desde o início da pandemia, coisas que me fizeram refletir sobre tudo, principalmente sobre meu trabalho e o meu papel como artista nesse processo — afirma Rodrigo Rizo.

O alto da Felipe Schmidt, local escolhido para a ação, dialoga com a proposta conceitual do painel. Será um respiro de cor e uma forma de amenizar o impacto visual do concreto. A previsão é que fique pronto até o começo de julho.

Curiosidades sobre o novo mural

Para a realização da pintura, o artista utilizará duas plataformas elevatórias instaladas no topo do edifício, cada uma com cinco metros de extensão.

O esqueleto do desenho primeiro é projetado na parede para que os primeiros traços possam ser desenhados.

O preenchimento das áreas maiores é feita com tinta acrílica, rolinho e pincel.

Os detalhes com luzes, sombras e contornos é feito com o spray.

Rizo terá o apoio de dois artistas como assistentes: Tuane Ferreira e Rodrigo “Pasmo”

Estão previstas três semanas de trabalho.

O mural tem 10 metros de largura por 33,5 metros de altura.