Frans, DJ e idealizador do núcleo, fala mais sobre a retomada da Tang

Um dos rolês mais legais de Balneário Camboriú e região, a Tangerina Soundsystem deixou saudades durante a pandemia de suas festinhas animadas em lugares pouco óbvios, vibe indescritível e música boa para dançar muito, que faz com que muita gente de Floripa encare a BR – inclusive esta jornalista.

A Tang (apelido carinhoso) é itinerante e já deu festas na Avenida Atlântica de Balneário Camboriú, em cima de um trio elétrico no Carnaval, além de festa dentro de oficina, na beira da piscina e outros locais. Diferentemente de outros projetos que fizeram festas virtuais, vaquinhas e outras ações para se manter nesses tempos difíceis, a Tangerina aproveitou o momento para fazer uma pausa necessária.

“Nosso propósito tá muito intrínseco no meio social, físico, nas pessoas, em criar momentos e memórias. Até foi uma das coisas mais difíceis pra gente no início da pandemia, foram dias e dias em que batia uma cobrança, discutíamos como acompanhar o que estava acontecendo, o que outras festas e núcleos estavam fazendo. Mas a gente optou pela espontaneidade, em se autoconhecer e aproveitar esse momento pra focar cada um em seu trabalho”, explica Luiz Felipe Murara, o Frans, DJ idealizador do núcleo.

A boa notícia é que, com o avanço da vacinação, a Tang vai voltar em breve! Frans dá um spoiler para o público (melhor do mundo, segundo ele mesmo) e adianta que em novembro o núcleo vai aparecer uma vez por semana em um rolê mais íntimo, que vai funcionar como uma espécie de aquecimento para a primeira festa em dezembro. Os encontros serão nas quintas-feiras de novembro, no O Bar do Dragão, em comemoração aos três anos do núcleo, para apenas 40 pessoas por noite – mediante comprovante de vacinação e pré-reserva pelo Instagram do bar.

frans tangerina soundsystem
Frans. Foto: Aliak de Sá

“Foram dois meses de intermináveis reuniões e planejamentos pra esses próximos passos, mas eu posso dizer que vai ser um verão bem movimentado! Podem esperar um início de ano beeeem delícia também. Janeiro e Fevereiro prometem e eu acho que vai ser uma loucura! Acredito que muitas coisas mudaram (assim como as pessoas) durante essa pandemia. Mas uma coisa é certa: as energias vão estar lá em cima. Vejo gente pulando, dançando e vibrando como não houvesse amanhã! Mas eu também vejo vários outros formatos de pista e rolês se tornarem os queridinhos do público, como festas open air e pistinhas mais íntimas, com menos pessoas”.

Para saber mais, acompanhe a Tangerina pelo Instagram.

Saiba mais sobre o Frans e a Tangerina Soundsystem

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Foto: Eudig


Apaixonado por música eletrônica, foi um processo natural para o Frans passar a tocar em rolês de amigos e sair pedindo oportunidade por aí.

“Pessoalmente, tocar, pesquisar, entender o público, a pista, o lugar, construir um set, etc, fazem parte de como eu me expresso como pessoa, falam sobre os momentos que eu tô passando, sobre meus sentimentos, minhas lutas. É onde consigo ser 100% verdadeiro”, diz.

Além de ser head-designer de uma das únicas agências especializadas no nicho da música eletrônica no Brasil, Frans também trabalha com projetos autorais de ilustração, design e arte. Também faz parte de um coletivo multidisciplinar com outros sete profissionais (entre eles tatuadores, produtores audiovisuais, designers e artesãos), a Tori, que tem um espaço em BC com galeria de arte e O Bar do Dragão. Vale saber mais!

Já a ideia da Tangerina surgiu há cerca de três anos, em um primeiro momento como uma forma de preencher uma
lacuna não explorada em BC.

“Aqui existe uma minoria (que é enorme) de pessoas e grupos sociais que tem que se adaptar ao que a cidade tem a oferecer, e acaba não se identificando com quase nada. A cidade respira música eletrônica, festa e balada, mas ainda tem valores muito conservadores em vários aspectos. Nossa ideia sempre foi tentar contornar isso, e além de dar uma nova opção pra essa galera que ficou meio esquecida, proporcionar uma experiência que abra a percepção das pessoas em relação à música, a festas e outros debates que a gente sempre tenta trazer pra pista como a sustentabilidade, diversidade e a ascensão coletiva”, explica.

Hoje há cinco pessoas por trás do projeto: além de Frans, tem a Kika Deeke, o Jardel, o Lippe e o Iuri, além de várias outras pessoas que apoiam e fazem o rolê acontecer.

Foto em destaque: Lara Decker